segunda-feira, 1 de novembro de 2010


Eu respiro tentando encher os pulmões, pensando ser capaz de inspirar todo o ar do mundo. Da minha janela, escuto o murmurar do vento e me pergunto de quê será que ele tanto reclama. Talvez dos obstáculos de concreto, cada vez mais altos que precisa desviar pra chegar ao seu destino, ou seria apenas o lamentável resmungo de um velho ranzinza, que, cansado de tanto ventar por aí, descobriu que gostava mesmo era de ficar... só mais um pouquinho... para despentear os cabelos, levantar as saias das moças, balançar as folhas dos jasmineiros da praça e desequilibrar as andorinhas em pleno vôo! Pobre e velho vento, sua maior tristeza nessa vida é ter que partir...

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