segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

V

O calor

"...a culpa é sua, você que me deixa assim..."

Depois, o dedinho do pé, ssim como no filme

eu digo sorrindo "...menino bobo..."

Então, uma mordiscada

"...ah não, na barriga não..."

Lá fora, a chuva

"...fecha a porta..."

Dentro, o sofá vermelho

"...vem cá, fica aqui pertinho de mim..."

Relâmpagos e trovões

"...quer casar comigo?"

Caso, claro!

Seria bom se fosse fácil assim

"...uma noite é pouco..."

Para sempre é muito tempo

"...tá com sono?"

"...um pouquinho assim..." faço sinal com os dedos

"...deita aqui..." ele fala.

Ainda, o beijo na mão

"...promete que não vai embora sem falar comigo?"

Digo que prometo...

...não poderia não prometer...

Então fica a falta... saudade...







P.S. I love you!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ínfimas Horas


Muitos temem as horas que passam tiquetaqueando nos relógios...
Ah! para mim tanto fazem as horas contadas
O que importa mesmo são as horas vividas!

domingo, 18 de outubro de 2009


e por mais que eu queira me desvencilhar
há instantes em que me perco
por esses espaços desertos entre teus beijos
envolvida na doce e excitante dança dos teus dedos...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Au revoir...


Como é difícil acreditar...
Não nos outros, mas em mim...
Como é difícil prever o que será... na verdade é impossível, não é? Sei lá...
No fundo, eu queria mesmo era partir... ir embora de dentro de mim...
Arrumar as malas e sair a passeio sem pensar em voltar.
Seria como ir para uma colônia de férias, viajar no verão...

Ai que vontade de tirar férias de mim!

"E faço versos como respiro.
Não consigo viver sem ar."




Bruno Leituga (Poeta e Amigo (relentoooo))

sábado, 1 de agosto de 2009

Pois bem, digo-lhe a gora do que se trata:
Trata-se de passar despercebido pelas estações
De olhar desatento as intenções
De mexer e remexer e nada encontrar
Trata-se de se mostrar e ninguém ver
Trata-se de querer ser o que você realmente não quer ser
De estar esperto
De parecer desperto
De penar, se esconder
Trata-se de não descobrir quem realmente se é
E de nem querer isso realmente
Trata-se de um não-sei-o-que
Que não me agrada um quase nada
Nem desagrada também
Apenas incomoda
Mas ainda não sei por quê
Nem por quanto tempo
Seja o que for... por enquanto...
...whatever...
Someday I will know...or not!

segunda-feira, 13 de julho de 2009


Sou capaz de fazer da minha briga o meu abrigo...

terça-feira, 23 de junho de 2009

To everything there is a season...


É que são folhas
por isso o vento leva tão depressa,
folhas vermelhas
fins de outono
leves folhas.
É que já é inverno
por isso não nascem mais,
estão enroladinhas dentro dos troncos
esperando o frio passar.
Mais tarde, nascem presas e vão se soltando aos poucos...


...[de acordo o coração]

domingo, 7 de junho de 2009


Engraçado, a gente só sabe do sentimento do outro quando sente algo parecido ou vive a mesma situação, isto é certo, mas, será mesmo preciso viver todas as situações para sabermos como agir diante delas? Julgar é fácil quando se olha de fora, mas só perceber isso quando se está dentro também não é lá grande mérito.

Ainda sinto - no primeiro momento - toda a raiva e desconforto comum a nós pobres mortais, porque sei que também sou feita de carne e osso, aqui dentro também bate um coração, também passeia por minhas veias o líquido quente e vermelho da vida. Também erro, também peco, também sofro, porém, acima de tudo isso está a minha capacidade de compreender que você é igual a mim.

Faz muito tempo que eu aprendi a ver as coisas como elas realmente são, mas ainda não estou pronta para saber de seus verdadeiros porquês, afinal “descobrir o verdadeiro sentido das coisas é querer saber demais, querer saber demais...”

quinta-feira, 4 de junho de 2009


Seguindo o caminho das flores aqui vou eu,

Guiada pelo cheiro, pura sensação de prazer, puro prazer de sentir...

Quer saber? Deixo os pudores de lado, deixo os medos de lado... agora sou EU!

Deixo o sofrimento, deixo-me levar embalada pela dança das árvores, solta, livre...

EU, agora sim... EU!

sábado, 23 de maio de 2009



Hoje, quando acordei, lembrei-me de uma velha caixinha de música que possuo desde a infância, resolvi abri-la, assoprei-lhe todo o pó e dei corda. De repente um conjunto de sentimentozinhos impossíveis de explicar pularam para fora junto com a música e apoderaram-se de mim, sentimentos tão remotos, remotos são aqueles que há muito esqueci de ter, são aqueles que há muito fingia não ter, são aqueles que permaneciam guardados dentro da tão surrada e antiga caixinha de música, escondidos em meio a toda poeira. Alguns me esperavam pacientemente e nunca deixaram de lá estar, os que achei que havia perdido, os que julguei não ser mais possível possuir. Tomei um susto, sensação pura, puro calor de sentimento.
Hoje, minha bailarina voltou a dançar Pour Elise em frente ao espelho.

domingo, 17 de maio de 2009

Inominável

durmo tarde
jogo fora
acordo cedo
vou embora
peço pouco
quero muito
amanheço
esclareço
entardeço
brinco
anoiteço
clamo
vivo fora
e dentro de mim
espero
padeço
desapareço
tenho fome
sinto frio
arrepio...

...e a cada instante tudo muda... a cada instante tudo muda... cada insatante tudo muda...

o instante muda tudo... o instante mudo... instante... tudo...

terça-feira, 12 de maio de 2009

"Quando olho para mim não me percebo.
Tenho tanto a mania de sentir
Que me extravio às vezes ao sair
Das próprias sensações que eu recebo.

O ar que respiro, êste licor que bebo,
Pertencem ao meu modo de existir,
E eu nunca sei como hei de concluir
As sensações que a meu pesar concebo.

Nem nunca, propriamente reparei,
Se na verdade sinto o que sinto. Eu
Serei tal qual pareço em mim? Serei


Tal qual me julgo verdadeiramente?
Mesmo ante as sensações sou um pouco ateu,
Nem sei bem se sou eu quem em mim sente."

(Álvaro de Campos)


Não pensei ser possível alguém algum dia ter dito o que se passa em mim agora, mas ele disse... e disse exatamente...

domingo, 19 de abril de 2009


Basta que de leve uma brisa lhe assome os cabelos para que toda a sua vida se transforme num balanço lento que por vezes a tira da realidade e a transporta a um país distante, país este em que tudo é diferente, onde ninguém a conhece. Ali, sentada no banco da praça principal de uma cidadezinha antiga, está uma velha de óculos escuros e cabelos muito brancos, a moça, achega-se e pergunta:
_ O que fazes aí tão sozinha?
A velha lhe responde:
_ Estou aqui a esperar.
_ Esperar pelo que? Por quem? Pergunta a moça.
_ Espero que a felicidade venha de mim se apoderar, espero ser arrebatada pelo mais puro e sublime amor, que ele perpasse por minha corrente sanguínea e faça minhas veias se dilatarem, meu pulso acelerar, meu coração bater mais forte, espero sentir as tais borboletas voando em meu estômago, ouvir os tais sinos do amor, espero transbordar de paixão, exalar de emoção, espero sentir o nó na garganta, as pernas bambas, enfim, espero que um verdadeiro amor me ache e me proporcione os mais belos dias da minha vida.
E a moça, intrigada, indaga:
_ Senhora, posso lhe perguntar uma coisa? Quantos anos tens?
_ 78, minha filha.
_ E há quanto tempo esperas aqui sentada?
Sem o menor sinal de abalo a senhora muito velha responde:
_ Há 63 anos, 6 meses e 11 dias.

quarta-feira, 8 de abril de 2009


Não sou boneca
Eu não sou de ferro
Eu não finjo
Eu não sou assim

Só clamo
Eu peço
Até choro

Só não imploro

Viajo
Me esqueço
Entro em transe

Apago o pensamento

Seja qual for
E como for
Ou que será


Me balanço
Ao seu lado
Com você
E danço
Em seu compasso
Me derreto de puro prazer

Pela madrugada, enfim

Arranco toda dor
Seja ela qual for
Presa em mim
Eu me atiro

Te devoro

Num beijo impetuoso!

Noite sempiterna!

terça-feira, 31 de março de 2009






É que tem que estar bem pertinho pra ouvir meu silêncio te chamar... um sopro... sussuro... suspiro... puro exalar de emoção...





...vem... é só me chamar de "meu bem"

segunda-feira, 30 de março de 2009

Ludmila***



A moça que passa e leva consigo suspiros, pensamentos, loucuras...enfim...

A moça da pele morena, que destrói corações desavisados...





Essa é você, amiga! Refletindo seus dissabores, misturando dor e emoção, ternura e explosão, um misto de coragem e medo, liberdade e segredo, razão e emoção.



terça-feira, 24 de março de 2009


"Tinha que ensiná-la a pensar no amor como um estado de graça que não era meio para nada, e sim origem e fim em si mesmo." (O Amor nos Tempos do Cólera, Gabriel Garcia Márquez)

domingo, 22 de março de 2009

Adoro acasos...

"Mil acasos me levam a você
O sábado, o signo, o carnaval
Mil acasos me tomam pela mão
A feira, o feriado nacional
Mil acasos me levam a perder
O senso, o ritmo habitual

Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Me levam a você
De um jeito desigual

Mil acasos apontam a direção
Desvio de rota é tão normal
Mil acasos me levam a você
No mundo concreto ou virtual

Me levam a você
De um jeito desigual
Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus

Mil acasos me levam a você
No início, no meio ou no final
Mil acasos me levam por aí
Na espuma do tempo, no temporal
Mil acasos me dizem o que sou
Ateu praticante ocidental
Me levam a você
De um jeito desigual

Quem sabe, então, por um acaso
Perdido no tempo ou no espaço
Seus passos queiram se juntar aos meus
Seus braços queiram se juntar aos meus"


Estava eu indo dormir, quando "por acaso" começou essa música... Lembrei-me imediatamente de você, moço!

segunda-feira, 9 de março de 2009

Tenho fome de comida, de carne viva, ardente, surpreendente.
Fome de coisas raras, pessoas caras, fome de paixão!

Tenho fome e agonia.
Fome e desejo...
Anseio, aspiro, tenciono, ambiciono, necessito... espero...


Tenho fome de amor, de alegria, de dor,
fome de viver.


Eu tenho fome...de...você!


*Fome. [Do lat. fame.] 1.Grande apetite; urgência de alimento. 2.Subalimentação. 3.Falta do necessário; penúria, miséria. 4.Situação de míngua ou escassez de víveres. 5.Fig. Avidez, sofreguidão.

domingo, 8 de março de 2009

Moço!

O longe é perto
lúcido
presente
fresco em sua presença

porque meu sentimento é louco, pedinte, um mendigo
porque não explico o que sinto
não quero sentir

me balanço,
arrepio,
saudade...
será?
mais uma loucura, talvez

não sei pedir,
não sei falar,
não sei sentir

então, o que será?
eu nunca saberei
ele nunca saberá


"Je ne sais pas dire je t'aime"

sábado, 28 de fevereiro de 2009


Ah, que horror! Me empurraram de cima de um precipício.








Ora, mas que supresa!
Eu sei voar.

domingo, 22 de fevereiro de 2009



Mais forte do que a complexa razão do desejo é a intransigente realidade, que insiste em se mover em minha direção, nua e crua, despertando-me do instante a que quase me me entreguei de corpo, de alma, vontade.
Ah, mas que cruel realidade, que persiste, sem dó e nem piedade. Por que não me deixa sentir, saborear, beber da fonte cálida que tem poderes de enfeitiçar, seduzir, fascinar, prender, de atrair pelo cheiro inefável, pelo toque, pelo olhar, como uma cortina de fumaça que enebria, embriaga, extasia?
Que pena! O que me restou se perdeu tão rápido quanto veio, se foi, no momento em que despertei do sono, do sonho. Estava tudo aqui há um minuto, mas se foi. E já que real não se pode tornar, sobrou-me o anseio implícito de novamente adormecer e voltar a sonhar, me perder, viajar, transbordar....